quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Ataque e crítica. Crítica e ataque.


Nestes tempos de campanha eleitoral estas duas palavras estão toda hora sendo escritas, faladas e postadas. A imprensa usa muito de acordo com suas conveniências, para fazer o noticiário deste ou daquele candidato ou candidata, sempre adequando o termo de acordo com o lado para o qual faz campanha.

Mas existe uma grande diferença entre crítica e ataque. Crítica é da própria natureza de qualquer disputa política. Não existe campanha sem crítica. Pode se criticar posicionamentos, decisões, escolhas, opções econômicas, alianças, visões de mundo, posturas partidárias, pessoais ou corporativas. As vezes a mídia trata a crítica como algo indigno, colocando a ação de criticar como baixaria eleitoral.

Baixaria é o ataque. O ataque é sugerir sem provas. É atentar contra a moral do adversário. É atacar sua religião, a cor de sua pele, suas opções sexuais, fazer acusações sem provas ou distorcer fatos e realidades. O ataque é o terror, o pavor, a ameaça.

Muitas vezes o limite entre a crítica e o ataque é muito tênue e se aproveita de percepções do eleitorado para jogar uma pessoa contra este eleitorado. Por exemplo, se um candidato tem ligações com o comunismo,  dizer que este vai desapropriar as casas da classe média para abrigar pessoas miseráveis.

Assim como é baixaria atacar alguém por ser ligado ao setor empresarial. Apoiar as políticas de estado mínimo e o poder das leis de mercado, não quer dizer que o candidato vai fechar todas as escolas públicas e cobrar pelas vacinas contra a febre amarela nos postos de saúde e estatais.

Uma campanha não se faz apenas mostrando propostas, projetos, dizendo o que se vai fazer. É preciso mostrar o que o outro lado não fez, se fez errado ou se aliou com grupos que comprometem as realizações. É preciso criticar muito.


Crítica é indispensável. É fundamental no enfrentamento entre oposição e situação. É o embate de formas, modelos, modos, caminhos de conduzir a vida em qualquer comunidade. O ataque é desprezível, só serve para tornar a competição fora do foco, desqualificar a política e promover a mentira ou a meia-verdade.

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