Nestes tempos de campanha eleitoral estas duas palavras estão toda hora sendo
escritas, faladas e postadas. A imprensa usa muito de acordo com suas
conveniências, para fazer o noticiário deste ou daquele candidato ou candidata,
sempre adequando o termo de acordo com o lado para o qual faz campanha.
Mas existe uma grande diferença entre crítica e
ataque. Crítica é da própria natureza de qualquer disputa política. Não existe
campanha sem crítica. Pode se criticar posicionamentos, decisões, escolhas,
opções econômicas, alianças, visões de mundo, posturas partidárias, pessoais ou
corporativas. As vezes a mídia trata a crítica como algo indigno, colocando a
ação de criticar como baixaria eleitoral.
Baixaria é o ataque. O ataque é sugerir sem provas. É
atentar contra a moral do adversário. É atacar sua religião, a cor de sua pele,
suas opções sexuais, fazer acusações sem provas ou distorcer fatos e
realidades. O ataque é o terror, o pavor, a ameaça.
Muitas vezes o limite entre a crítica e o ataque é
muito tênue e se aproveita de percepções do eleitorado para jogar uma pessoa
contra este eleitorado. Por exemplo, se um candidato tem ligações com o
comunismo, dizer que este vai desapropriar as casas da classe média para
abrigar pessoas miseráveis.
Assim como é baixaria atacar alguém por ser ligado ao
setor empresarial. Apoiar as políticas de estado mínimo e o poder das leis de
mercado, não quer dizer que o candidato vai fechar todas as escolas públicas e
cobrar pelas vacinas contra a febre amarela nos postos de saúde e estatais.
Uma campanha não se faz apenas mostrando propostas,
projetos, dizendo o que se vai fazer. É preciso mostrar o que o outro lado não
fez, se fez errado ou se aliou com grupos que comprometem as realizações. É
preciso criticar muito.
Crítica é indispensável. É
fundamental no enfrentamento entre oposição e situação. É o embate de formas,
modelos, modos, caminhos de conduzir a vida em qualquer comunidade. O ataque é
desprezível, só serve para tornar a competição fora do foco, desqualificar a
política e promover a mentira ou a meia-verdade.
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